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  • Foto do escritorJosé Armindo

VAMOS FALAR DE TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL?

O mundo da Psicoterapia é vasto e são muitos os modelos de intervenção que oferece. Esta é uma oportunidade para falarmos de um deles: a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC, para abreviatura).


Ler este artigo é exemplo de um dos recursos principais utilizados na TCC: Psicoeducação.


A Psicoeducação permite aumentar o conhecimento e compreensão de um qualquer aspeto da saúde mental – de uma abordagem terapêutica, de um diagnóstico, de um processo de tratamento, de uma medicação.


A investigação realizada nesta área demonstra que é uma das práticas mais eficazes, uma vez que a adequada compreensão se relaciona com o envolvimento ativo do paciente no processo terapêutico. Por este motivo, vamos compreender as bases da TCC e desmistificar alguns dos mitos associados à mesma.



A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) surge, nos anos 60, como alternativa às abordagens psicológicas existentes. O seu criador, Aaron Beck, procurava provas empíricas - isto é, informação comprovada através do processo científico - que orientassem a intervenção psicoterapêutica. Este tornou-se, assim, um dos aspetos que carateriza esta abordagem.


A TCC tem como foco a interligação entre pensamentos, sentimentos e comportamentos. Construindo uma relação terapêutica, psicólogo e paciente trabalham em conjunto na identificação e compreensão dos problemas mediados por esta tríade.


Através desta análise partilhada da situação, estabelecem-se metas terapêuticas adaptadas às individualidades de cada paciente. Estas metas passam por capacitar para o desenvolvimento de soluções mais adaptativas. Por este motivo, é frequente que o tempo entre consultas envolva tarefas que permitam testar alternativas e desenvolver as competências adquiridas.


Embora a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) seja um dos tipos de intervenção psicoterapêutica mais utilizado e investigado, é frequentemente representada de modo incorreto. Isto leva a que surjam vários mitos que interferem na sua adequada compreensão.


Uma das conclusões erradas acerca da TCC é a de que a mesma não lida com sentimentos, focando-se apenas em pensamentos e comportamentos. Na verdade, as emoções são um aspeto central. A diferença é na forma como são abordadas: na TCC as emoções são interpretadas como consequência direta dos pensamentos. Se pensarmos que diferentes pessoas têm emoções dispares na mesma situação, podemos concluir que são os pensamentos acerca da situação que desencadeiam a emoção.


Considerando a tríade pensamento-emoção-comportamento, podemos resumir da seguinte forma: a TCC analisa os pensamentos como forma de compreender o que causa as emoções e recorre aos comportamentos para perceber como os pacientes lidam com as mesmas.


Ao ser trabalhado o desenvolvimento de pensamentos e comportamentos mais ajustados, intervêm-se, por consequência, nas emoções. Uma vez que os pensamentos são uma importante componente trabalhada durante o processo psicoterapêutico, é frequente que se assuma que o objetivo é ensinar as pessoas a terem pensamentos positivos. Esse não é, de todo, o objetivo.


O processo de reestruturação cognitiva tem como objetivo tornar os pensamentos mais realistas, ajustados, lógicos, intencionais e baseados em provas concretas; isto, em oposição a pensamentos irrealistas, desajustados, irracionais, automáticos e baseados em provas emocionais.





Se o pensamento já tem o primeiro conjunto de caraterísticas, e mantém uma componente negativa, procuram-se desenvolver estratégias que permitam lidar com a realidade de forma equilibrada e saudável. Ainda devido à errada interpretação da TCC, outro dos mitos comumente associados é o de que não é dada importância às experiências passadas.


A TCC, numa primeira fase, dirige a sua abordagem aos fatores que estão a manter o problema no momento presente. No entanto, o passado é sempre tido em consideração devido ao seu impacto nas crenças centrais. Crenças centrais são as regras com as quais navegamos o mundo - e que raramente questionamos.


Quando somos confrontados com uma dada situação, estas crenças agem para nos ajudar a interpretar e reagir à mesma; como consequência, originam pensamentos automáticos, que provocam emoções e que conduzem aos comportamentos. As crenças centrais são moldadas por vários fatores, entre os quais as experiências passadas.





Uma intervenção eficaz e com resultados duradouros não pode, portanto, descurar a importância dos acontecimentos passados na manutenção dos problemas do presente. Finalmente, e como a TCC é vista como um tipo de terapia mais estruturado, é frequente que se assuma que a relação terapêutica é deixada para segundo plano. Isto é, sem margem para dúvida, uma conclusão errada.


Qualquer processo de intervenção psicológica, independentemente da sua abordagem, carece de uma relação terapêutica segura. O que significa isto? A relação terapêutica, ou aliança terapêutica, é um construto que pode ser definido em duas componentes gerais:


1- a conexão emocional positiva do paciente para com o terapeuta e

2- uma compreensão partilhada do problema, objetivos e tarefas.


A investigação demonstra que uma relação terapêutica de qualidade é essencial para o sucesso do processo terapêutico. Deste modo, também na TCC a relação terapêutica nunca pode ser considerada secundária em detrimento de outros aspetos sob pena de comprometer a qualidade e resultados da intervenção.



A investigação científica realizada na área da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) demonstra a sua aplicabilidade numa grande variedade de situações, tanto com adultos como com crianças e adolescentes. Alguns exemplos de situações em que a TCC tem comprovada eficácia científica são:


- Ansiedade e stress

- Ataques de pânico

- Fobias

- Depressão

- Baixa autoestima

- Dificuldades de relacionamento

- Processos luto e perda

- Perturbação obsessivo-compulsiva

- Perturbações do comportamento alimentar

- Perturbações do sono

- Perturbação bipolar

- Perturbação de stress pós-traumático


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Rute Amorim, Psicóloga - Psicoterapeuta

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